Os estudantes que fazem o curso técnico em Instrumento Musical no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Artes e Design, localizado no bairro de Nazaré, em Salvador, contam com um novo recurso no processo de ensino e aprendizagem. O CEEP criou a Orquestra de Violões e Outras Cordas. Com a orquestra, os estudantes aprimoram a técnica e o prazer de tocar instrumentos de cordas e, desta forma, se preparam para atender e se beneficiarem das demandas geradas pelo mundo do trabalho nesta área.
A orquestra é formada por 14 integrantes e a base do repertório é a música brasileira. Ao tocar o cancioneiro nacional, representado por nomes como Dorival Caymmi e Luiz Gonzaga, os estudantes trabalham com a identidade cultural e a ideia do pertencimento, como enaltece a professora da disciplina Violão e Teoria e idealizadora do projeto, Judith Leite. “Embora façam parte da cultura brasileira e nordestina, Dorival e Luiz Gonzaga não fazem parte do repertório musical dos jovens e adultos da atualidade. Mesmo os estudantes de música instrumental estão acostumados, em sua prática, a tocar o repertório de música estrangeira erudita para violão e, assim, toda a formação do violonista é feita com a vasta literatura instrumental de compositores alemães, ingleses, espanhóis e de outras nacionalidades. A música brasileira, por ser complexa na sua harmonia e ritmo, fica reservada aos instrumentistas mais experientes e com formação mais avançada que os alunos do curso técnico”, afirma a educadora.
Foi então que surgiu o projeto para trabalhar os instrumentos de corda em conjunto, facilitando o processo de ensino e aprendizagem sobre aspectos técnicos e também histórico/culturais. Os arranjos foram compostos pela professora Judith Leite, de acordo com os níveis técnicos de cada aluno, em três vozes distintas que formam a harmonia da música. “O ensino coletivo a que me refiro e trabalho está baseado na criação de arranjos para conjunto de violões. São vozes distintas e independentes. Além de trabalhar com o coletivo, estudamos harmonia, estética e execução”, detalha a professora Judith Leite.
Para os estudantes, o desafio foi transformado em realização e alegria, como conta Mayara Guedes, 17 anos. “Antes de entrar para a orquestra, tocar violão não passava de um hobby. Hoje, já me vejo encarando o mercado de trabalho voltado à música”, afirma. Para Rebeca Oliveira, 17, conhecer mais profundamente este repertório foi uma grata surpresa. “A música brasileira que nós escutamos é muito diferente da música brasileira tocada agora, no CEEP. Essa música é a música cultural que eu não conhecia e que passei a gostar muito”.
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Além dos estudantes, participam do projeto como instrumentistas os professores Hermógenes Araújo (percussão), Ângelo Santiago (contrabaixo acústico), Cristina Nascimento (violão soprano e bandolim) e a professora Judith Leite (violão de seis cordas fazendo a harmonia). A musicista Cristina Nascimento, que é diretora do CEEP em Artes e Design, destaca a importância da formação da Orquestra. “Iniciativas como esta têm um grande poder de aguçar nos nossos alunos o espírito do partilhar o conhecimento a partir de um trabalho fantástico de resgate da identidade cultural, idealizado por Judith”, comenta.
Educação Profissional
O CEEP em Artes e Designer é uma das unidades da rede estadual de Educação Profissional. O Centro é voltado para o eixo tecnológico de Produção Cultural e Design e oferta os cursos técnicos de nível médio em: Instrumento Musical; Documentação Musical; Regência, Conservação e Restauro; Comunicação Visual e Artes Visuais.
Fonte: ASCOM/SEC
