A Secretaria da Educação do Estado está qualificando os servidores do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) para facilitar a comunicação com os cegos. Na ultima sexta-feira (18), a coordenação de Educação Especial da Secretaria, ministrou oficina sobre Comunicação e Livro Acessível para os servidores, mostrando, dentre outras coisas, como passar um e-mail com acessibilidade, como descrever uma imagem para uma pessoa com deficiência visual, como tornar as redes sociais mais acessíveis e como aprender o sistema Braille para facilitar a comunicação com cegos.
O objetivo da ação é proporcionar aos participantes o domínio de técnicas de produção de textos acessíveis e com audiodescrição, para facilitar a interação entre videntes com as pessoas com deficiência visual. “A proposta, com esta oficina, foi justamente contribuir com os servidores do MPBA para que eles possam aperfeiçoar o atendimento ao público com deficiência visual”, destaca a coordenadora de Educação Especial da Secretaria da Educação do Estado, Patrícia Braille.
Na oficina foram apresentados recursos de acessibilidade, a exemplo da audiodescrição de imagens. A descrição de imagens é uma técnica de tradução semiótica que tem por objetivo permitir a compreensão de imagens para quem não pode vê-las. Ela pode ser aplicada em produtos audiovisuais, como o cinema, o teatro e a televisão, através das palavras. Outro recurso é o sistema Braille, que é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada, utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.
“Temos no país, hoje, mais de 6,5 milhões de deficientes visuais e este público precisa ler, estudar, trabalhar, interagir com outras pessoas. Mas, infelizmente, elas ainda estão revestidas em um manto da invisibilidade. Qual o escritor que não gostaria de ter esse público como leitor? Então, entendemos a importância de compartilhar saberes de inclusão e acessibilidade”, afirma Patrícia Braille, salientando que a melhor escola para aprender sobre inclusão é o contato com essas pessoas. “São elas que vão aperfeiçoar o que aprendermos aqui, nesta oficina”, disse.
O servidor do Ministério Público da Bahia, José Carlos Oliveira, aplaudiu a iniciativa fruto da parceria entre a Secretaria da Educação do Estado e o MPBA: “Lido sempre, aqui no trabalho, com pessoas com deficiência visual. Então, adquirir conhecimentos é fundamental para aplicarmos no nosso dia a dia, oferecendo, assim, um melhor atendimento a elas”. A também servidora do MPBA Gisela Cajaíba falou da importância de todos inserirem no contexto do Braille, por exemplo, para oferecer um atendimento mais qualificado a esse público. “O desafio, hoje, é nos sentirmos disponíveis para aprendermos a lidar com pessoas com deficiências”.